Boas Práticas de Manejo Agroecológico e cultivo
de Espécies Nativas em Sistemas Agroflorestais
O projeto "Capacitação Agroecológica no Alto Tietê-SP" promove a conservação da água e fortalece a economia local na região do Alto Tietê-SP através da transição para práticas agrícolas sustentáveis, como a Agroecologia.
Capacita agricultores e agricultoras familiares para reduzir o uso de insumos químicos, adotando métodos ecológicos na produção de alimentos. Incentiva o cultivo de espécies nativas da Mata Atlântica junto a cultivos agrícolas de ciclo curto, minimizando os impactos nos recursos hídricos da Bacia do Tietê e ampliando áreas de cultivo sustentável.
Oferece capacitação e assistência técnica para a transição agroecológica, promovendo a preservação ambiental e o desenvolvimento local.
Capacitar agricultores(as) familiares para a substituição do uso de insumos químicos para o uso de alternativas sustentáveis
A partir do uso de tecnologias agroecológicas de plantio de alimentos, contribuir para a conservação dos recursos hídricos
Sensibilizar os(as) agricultores(as) para o plantio de espécies nativas da Mata Atlântica para a recuperação do bioma e ganhos econômicos
Capacitar quem produz para a comercialização de alimentos agroecológicos para o mercado local, com a formação de uma Rede
Responsável pelo abastecimento de água para mais de 4 milhões de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo, a Bacia Hidrográfica do Alto Tietê abrange áreas cruciais, onde as atividades agrícolas ali praticadas, impactam diretamente na qualidade da água. Cerca de 64% de seu território são zonas de mananciais, exigindo cuidados rigorosos para preservar a qualidade da água para a população. No entanto, a agropecuária é uma fonte significativa de poluição, com pesticidas contaminando o solo e as águas subterrâneas.
Além disso, muitos proprietários rurais veem a Mata Atlântica como um obstáculo ao desenvolvimento econômico, mesmo estando entre as florestas tropicais mais diversas do mundo. Essa situação cria um desafio complexo: como conciliar o bem-estar da população, o crescimento econômico e a preservação ambiental?
As práticas agroecológicas desempenham um papel fundamental na conservação dos lençóis freáticos e na preservação da bacia hidrográfica do Tietê. Ao adotar métodos que promovem a saúde do solo e a biodiversidade, quem cultiva alimentos ajuda a proteger a qualidade e a quantidade da água subterrânea, essencial para a recarga dos lençóis freáticos.
A diversificação de culturas e a implementação de sistemas agroflorestais também reduzem a erosão do solo e o escoamento de nutrientes, evitando a contaminação dos corpos d'água e contribuindo para a manutenção do equilíbrio hidrológico da bacia. Assim, ao promover práticas ecológicas, os agricultores e agricultoras não apenas fortalecem a resiliência de seus sistemas produtivos, mas também desempenham um papel crucial na proteção dos recursos hídricos e na preservação da bacia hidrográfica do Tietê para as gerações futuras.
No projeto "Capacitação Agroecológica no Alto Tietê-SP" capacitamos os agricultores rurais para a transição agroecológica incluindo espécies nativas para a recuperação do bioma, fortalecendo o mercado de frutíferas da Mata Atlântica na região. Conheça algumas das espécies.
Sua árvore, de nome científico Campomanesia phaea, é uma espécie nativa que contribui para a preservação da biodiversidade, podendo alcançar até 15 metros de altura. Seu fruto é rico em vitamia C e antioxidantes e pode ser utilizado em receitas diversas, doces e salgadas.
Uma espécie chave para a regeneração da floresta, a juçara é uma palmeira cujos frutos são ricos em fibra, Vitaminas A e C, ferro e cálcio. Seu uso na culinária valoriza suas propriedades nutricionais e promove o resgate da cultura alimentar ligada à Mata Atlântica.
A uvaia desempenha um papel importante na conservação do bioma, pois é uma espécie nativa que contribui para a manutenção dos ecossistemas. É rica em Vitamina C, fibras e antioxidantes e sua folha tem propriedades antinflamatórias. Cai bem em variadas receitas.
A cereja do Rio Grande é uma espécie nativa da Mata Atlântica encontrada principalmente em regiões de altitude elevada, como serras e planaltos. Devido à perda contínua de habitat, a espécie enfrenta ameaças e está listada como vulnerável na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN.
Foram constituídos 4 grupos de trabalho no projeto, sendo:
1- Salesópolis - Com agricultores e agricultoras tradicionais e novos rurais, incluindo produtores(as) que já atuam com hortaliças orgânicas certificadas;
2- Biritiba Mirim - O grupo envolve assentados(as) de reforma agrária do Assentamento do Casqueiro;
3- Mogi das Cruzes - Agricultores e novos rurais interessados no cultivo agroecológico e nos Sistemas Agroflorestais;
4- Mogi das Cruzes - Assentamento Jundiapeba - assentados(as) da reforma agrária, pessoas que cultivam hortaliças que abastecem mercados locais e regionais.
O grupo engloba 80 produtores(as) rurais nas áreas de mananciais dos municípios de Mogi das Cruzes, Guararema, Biritiba Mirim e Salesópolis, participantes das oficinas de capacitação.
A adubação verde consiste em plantar plantas rústicas nas áreas de cultivo, trazendo benefícios como: rotação de culturas para prevenção de doenças, produção de matéria orgânica in situ, aumento da taxa de enraizamento para estabilizar o solo e alimentar microrganismos, intensificação da ciclagem de nutrientes, fixação biológica de nitrogênio, descompactação do solo e produção de biomassa vegetal para cobertura do solo, reduzindo infestação de ervas daninhas e permitindo plantio de espécies agrícolas sem revolvimento do solo (SPDH). Foram plantados coquetéis de sementes no verão e inverno.
Uso de espécies de microorganismos eficientes para promoção do crescimento vegetal, ciclagem de nutrientes, aumento dos sistemas de defesa das plantas, combate e prevenção contra pragas e doenças. Foram trabalhados insumos comerciais, a sua multiplicação in situ, e também o uso de microrganismos nativos de matas, reintroduzindo uma biodiversidade microbiológica nas áreas de cultivo.
Foram produzidos e discutidas técnicas de compostagem e de produção de biofertilizantes líquidos. Estas práticas são fundamentais para uma estratégia de enriquecimento e fertilização dos solos em sistemas agroecológicos. Outros insumos também foram trabalhados, como a água de vidro, insumo de baixíssimo custo para a produção local, que protege as plantas contra pragas, doenças e estresse ambiental.
Foram produzidos e discutidas técnicas de compostagem e de produção de biofertilizantes líquidos. Estas práticas são fundamentais para uma estratégia de enriquecimento e fertilização dos solos em sistemas agroecológicos. Outros insumos também foram trabalhados, como a água de vidro, insumo de baixíssimo custo para a produção local, que protege as plantas contra pragas, doenças e estresse ambiental.
Ao contrário do senso comum, diversos insumos minerais e orgânicos podem ser utilizados na agricultura orgânica e agroecológica. O projeto forneceu alguns destes insumos, capacitando os agricultores para seu uso correto, e de forma estratégica para recuperação e manutenção da fertilidade. Também foi trabalhada a prática da rochagem, que consiste no uso de pós de rocha (rocha moída), os quais trazem uma diversidade de macro e micronutrientes para o solo, com baixo custo, e que têm uma baixa solubilidade, devendo ser integrados com práticas regenerativas de ciclagem de nutrientes, aumento/produção de matéria orgânica e bioativação dos solos.
Para que ocorra um processo de recuperação do solo, é fundamental que em primeiro lugar processos erosivos e de degradação sejam eliminados. Assim, as técnicas trabalhadas buscaram lidar em primeiro lugar com esta dimensão, incluindo desde boas práticas agrícolas (plantio em nível, estabelecimento de terraços de contenção, etc.) até o próprio uso da adubação verde e dos sistemas agroflorestais, e a formação de platôs de cultivo com uso de troncos (“platôs Agroflorestais”) para contenção do solo em áreas de maior declive.
Dentro do campo de boas práticas agrícolas e dos princípios da fertilidade do solo, foram realizadas coletas e interpretação de análises de solo, a partir das quais foram sugeridos insumos minerais e orgânicos para uma remineralização/correção do solo, assim como orientação para adubação de cultivos e sistemas produtivos, sempre utilizando insumos permitidos na legislação de produção orgânica, e que tenham disponibilidade na região, para que, mesmo em um processo de adoção de práticas regenerativas na produção, os produtores possam buscar um melhor resultado já em curto e médio prazo, aumentado a viabilidade técnica da produção agroecológica.
Foram realizadas atividades teóricas e práticas de manejo de sistemas agroflorestais, uma vez que a poda das árvores é um fator essencial para o adequado funcionamento deste tipo de sistema produtivo. Também foram trabalhados conceitos básicos dos sistemas agroflorestais (sucessão ecológica, estratificação, uso de espécies produtivas e funcionais/produtoras de biomassa), para que os proprietários possam compreender as dimensões envolvidas na aplicação destes sistemas e planejar suas áreas.
Foram realizadas atividades teóricas e práticas de manejo de sistemas agroflorestais, uma vez que a poda das árvores é um fator essencial para o adequado funcionamento deste tipo de sistema produtivo. Também foram trabalhados conceitos básicos dos sistemas agroflorestais (sucessão ecológica, estratificação, uso de espécies produtivas e funcionais/produtoras de biomassa), para que os proprietários possam compreender as dimensões envolvidas na aplicação destes sistemas e planejar suas áreas.
Em conjunto com outros atores e parceiros da região foram realizados eventos para discussão e articulação de estratégias para escoamento da produção, assim como da troca de experiencias e organização social dos setores interessados na Agroecologia, sendo constituída a Rede “Articulação de Agroecologia do Alto Tietê", reunindo produtores, técnicos e instituições.
Durante os últimos 26 dos seus 38 anos, Jonatas Emídio Soares tem vivido no Sítio do Seu Jonas, localizado no Lote 1 do Assentamento Casa Grande em Biritiba Mirim, região do Alto Tietê – SP
Confira em breve uma nova história
Confira em breve uma nova história
O Festival contou com diversas atrações musicais, além dos expositores da Rota do Cambuci, que expuseram produtos a base de Cambuci e outras frutas nativas.
O Festival do Cambuci de Mogi das Cruzes acontece na histórica estação Sabaúna, rota turística, especialmente de ciclistas e turistas da região, que aproveitam para conhecer os sabores nativos.
O já tradicional Festival do Cambuci de Salesópolis reuniu atrações folclóricas e culturais e expositores da Rota do Cambuci de diferentes municípios paulistas.
Coordenador Geral
Geógrafo e empreendedor social, está à frente do Pomares Mata Atlântica. Possui mais de 20 anos de experiência com desenvolvimento comunitário e economia solidária. É presidente do Instituto Auá.
Coordenador Técnico
Biólogo pela USP e Mestre em Agroecologia e Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal de São Carlos, possui experiência de mais de 10 anos com produção orgânica e Sistemas Agroflorestais.
Assessor Técnico
Biólogo formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, possui experiência de 6 anos com agricultura orgânica e Sistemas Agroflorestais. É também produtor rural.
Administrativo-Financeiro
Pós-graduada em Gestão Integrada da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e Resposabilidade Social, coordena a área administrativa e financeira do Instituto Auá.
Comunicação
Designer Multimidia com MBA em Marketing pela Esalq/Usp, tem mais de 20 anos de experiência na área de comunicação no Terceiro Setor. É fundadora da Raiz Forte Comunicação.
O projeto integrou o empreendimento socioambiental Pomares Mata Atlântica, uma iniciativa do Instituto Auá para a restauração ecológica produtiva do Bioma.
Foi realizado com recursos do FEHIDRO - Fundo Estadual de Recursos Hídricos.
© 2022 - 2023 - Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental. Desenvolvido por Raiz Forte Comunicação LTDA.